RODA IOIÔ |
Publicada por Manoel Antônio Guimarães, c. 1900, na série Cançonetas para Piano e Canto de vários autores, foi vendida ao editor, no entanto, em abril de 1900, como tango, para piano e canto. O autor dos versos é o revistógrafo, compositor e farmacêutico Ernesto de Souza (1864-1928), inventor do remédio Rum Creosotado e do célebre anúncio do produto nos bondes do Rio de Janeiro: “Veja ilustre passageiro/ o belo tipo faceiro/ que o senhor tem a seu lado…/ E, no entanto, acredite/ quase morreu de bronquite/ Salvou-o o Rum Creosotado.” Foi ele parceiro de Chiquinha em duas outras canções: a barcarola Foi um sonho!… e a cançoneta A morena. A gravação em disco Odeon, provavelmente ainda em 1902, pela dupla Os Geraldos, representava prestígio para os autores e os intérpretes, pois era um privilégio ter música gravada em disco no ano que marca o início do registro sonoro no país. Os Geraldos era formado por Geraldo Magalhães e Nina Teixeira, que atuaram em duo, cantando cançonetas picantes e dançando maxixe em palcos de chopes-berrantes – nome que o carioca deu ao café-cantante barato com anúncio de cervejaria e pequeno palco improvisado. No final da década, eles passaram a atuar também em Lisboa e depois em Paris. Roda ioiô fazia parte também do repertório da cantora Plácida dos Santos.
letra de Ernesto Souza
Ioiô, meu bem o que é isso
Que modo de olhar para gente
Cuidado, eu tenho feitiço
Que aparece de repente
Em tudo sou decidida
Tenho sangue com fartura
Ai ioiô, e se duvida…
Ponho água na fervura
Que eu sou de fogo,
Que eu sou de brasa
Roda ioiô, já já para casa
(bis)
Roda ioiô, roda ioiô,
Roda ioiô, já já para casa
Na boca tenho os perfumes
Da mais bela flor do prado,
Gostou de mim, tem ciúmes,
Roubou-me um beijo, é queimado
Se me abraça, ai que perigo`
É mais certo, morreu,
Ioiô não mexa comigo
Eu peço por Deus do céu
Que eu sou de fogo,
Que eu sou de brasa
Roda ioiô, já já para casa
(bis)
Roda ioiô, roda ioiô,
Roda ioiô, já já para casa