CÁ POR COISAS!...

Publicada em 1904, por Manoel Antonio Gomes Guimarães. Foi apresentada pelo editor como cançoneta de salão, com a provável intenção de agradar ao mercado consumidor das sinhazinhas recatadas, a quem deviam enrubescer as apimentadas cançonetas de duplo sentido muito em voga, nessa época, nos palcos dos chopes-berrantes.

letra de Dr. Oscar Pederneiras Filho

1

Eu sou menina faceira Conhecida na cidade;

Gosto de rir, sou brejeira, Aproveito a mocidade…

Se um moço me diz: És bela

Serás a flor das esposas…

Eu fujo sem lhe dar trela…

Cá por coisas!…

 

2

Um franchinote uma vez

Meus passos acompanhou,

E foi só no fim de um mês,

Que carreira arrepiou…

Pois eu, que embora criança

Não sou das tais mariposas,

Lhe disse: perca a esperança

Cá por coisas!..

 

3

Um tipo (Este inda me fez mais!…)

Teve um dia a tentação

De ir falar a meus bons pais

Pra pedir-lhes minha mão,

Recusei: meu pai, confuso.

Em que bases te repousas

Pra recusar? E eu: recuso…

Cá por coisas!…

 

 

4

Endinheirado banqueiro

Chupitou redondo “Não!”

Não me tentava o dinheiro

E menos, o coração…

A calcular entretido,

Quer nos livros, quer nas louzas,

Não me agradou tal marido…

Cá por coisas!…

 

5

O meu priminho… Isso sim!…

Fomos criados juntinhos,

Temos vivido por fim,

Como um casal de pombinhos!…

Quando casarmos serei

A mais fiel das esposas,

Mas o “porquê” não direi…

Cá por coisas!…

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